Felizmente para a indústria do vinho triunfante, a análise sensorial é importante pelo primado do nariz, e é aí que se baseiam os nossos críticos, os sommeliers, os enólogos e os consumidores.
Não haverá grande diferença entre esse vinho “novo”, que é lançado por diferentes campanhas de promoção, que enaltecem as notas fumadas, especiarias, a manteiga ou a noz de coco, os aromas do cassis de uma determinada casta e ainda enriquecidas por aromas de aduelas “famosas” e um vinho natural?
Considerando como um sinal da civilização de todos os países vitícolas, o vinho é assim uma substância cintilante onde as civilizações tentam reflectir a imagem das suas regiões, dos seus sistemas políticos, ou dos seus relatórios sociais e da sua relação com a natureza e o corpo.
É muito conhecido o Vinho fazer falar, mas ele nunca nos interroga o porquê da mistura das palavras com o mosto, que está ligado a um simples gesto de beber e que pode estar carregado de muito sentido. A mineralidade não se sente mais, mais do que se aprecia gustativamente pela sensações de sabor e de salinidade e que todos os grandes vinhos de “terroir” relevam naturalmente.
O nariz é incapaz de distinguir o que se releva de aromas naturais, nascidos da fermentação de um bago de uva no vinho ou que se releva de odores nascidos da química e da bioquímica de síntese.
A química orgânica serve assim de referência à análise sensorial que acompanha a produção de vinhas tecnológicas e industriais. Este é um debate que se pode abrir.
Falar de uma viticultura do tipo biológico ou biodinâmico, ou como fazer retorno à degustação geo-sensorial, não significa renunciar à ciência e ao progresso, mas constitui sim um retorno nas boas práticas fundadas na observação e saberes antigos, aclarados pelo novo conhecimento.
A natureza não ouve, o homem rege-se pelo funcionamento das suas leis que são muitas vezes assaz complexas. Os agricultores de prática biodinâmica fizeram a sua escolha de funcionamentos naturais do seu “terroir “e contribuem assim, para o salvamento de um planeta mais ou menos poluído pela indústria química.
Queremos vinho de artesãos ou vinho de artistas? …
A novidade na Europa é uma questão de autorizar plantações de vinhas e não importa onde, como não importa quais as castas para lutar contra a importação de vinhos estrangeiros de castas diferentes.
O Vinho não é feito para ser desprezado, ele é feito para ser bebido , natural e são.