"Quando não sabe decidir-se, qual deve admirar mais, se a porfia de uns, se a paciência de outros….
…Aquilino? Sim eu quereria Aquilino para os humildes, para os que seguem, de enxada ao ombro, de cardenha para os calços a penar o seu calvário, para os que se movimentam, como autómatos durante as noites de lagar, até caírem derrancados, em letargo, nas palhas das tarimbas
…porque este vinho, por sua hierarquia e dignidade, não é dos que se bebem só com a boca, bebê-lo só com a boca seria reduzir a sua essência divina a grosseiro xarope…"
Às voltas com as palavras do vinho, agora em "C"...
Cardenha: casa térrea onde os jornaleiros (os que trabalham à jorna no lagar) dormem.
Calços: parede que sustenta a terra de um socalco, botaréu.
Cangaço: esqueleto do cacho, o pedúnculo ou pé do cacho com as suas ramificações, depois de tirados os bagos (cachiço, cango e/ou engaço).
Camear: meter uma cepa com toda a sua rama debaixo da terra deixando de fora um ou mais sarmentos.
Colagem ou Caldagem: adubação ou corregimento da terra por meio de cal.
Carregar na poda: deixar na cepa vara muito grande para fruto ou muitas varas.
Cavalo: Planta que tem a raiz na terra e cuja ramagem é constituída por outra que, se lhe ligou por enxerto.
Cabaret (século XIII): diferença entre taberna, onde se bebe, e cabaret onde se come.
Capitoso: um vinho forte em álcool e que sobe à cabeça.
Carácter: distinto na sua categoria, seja pela sua singularidade seja pela sua originalidade própria.
Cariciando: que se opõe a um vinho que é duro. Este termo impreciso faz parte de um vocabulário de amadores qualifica um vinho de taninos pouco salientes, que deixam sensações de fluidez e macieza.
Clima: um dos elementos mais importante no puzzle do terroir.
À era em que vivemos, podemos bem considerá-la como a era da especialização. O saber humano, pela sua vastidão deixou de ser o apanágio de uns poucos, dos sábios… permitir que cada um de nós se entregue á tarefa que se encontra mais apto… cada um é para o que nasce.